16.7.2009 -
16h32m
Maria Clara Spinelli: uma nova musa para o cinema nacional
A julgar pela reação dos primeiros espectadores de “Quanto dura o amor?”, de Roberto Moreira, exibido no domingo durante a segunda edição do Festival de Cinema de Paulínia, Maria Clara Spinelli é a nova musa do cinema nacional. Ela é alta, tem cabelos ondulados e castanhos, e é de uma gentileza ímpar. Entre os homens que a viram antes da sessão no Theatro Municipal, todos estavam curiosos para saber quem era aquela mulher elegante. Logo que o filme acabou era impossível esconder a surpresa: assim como Susana, sua personagem, Maria Clara é uma transexual. A produção ainda traz nomes como Paulo Vilhena, Danni Carlos e Silvia Lourenço.
“Acho que conseguimos contar a história de uma maneira delicada”, afirma a atriz, que nasceu menino e há sete anos fez a cirurgia para mudança de sexo. “Quando fui convidada, eu recusei. Tinha medo de me desqualificarem como atriz, de dizerem que só fiz bem o papel por ter passado por isso. Depois vi que não poderia abrir mão desse sonho.”
Maria Clara é atriz há seis anos e chegou a ganhar prêmios no teatro. No longa ela é uma advogada que se envolve com um colega (Gustavo Machado) e vive o dilema de contar ou não seu segredo. “Susana é uma mulher como eu gostaria de ser, mais independente. Foi difícil fazê-la porque mexe com coisas que já passei”.
Com a boa repercussão do filme, a atriz espera receber outros convites. “Quero muito fazer mais cinema e teatro, ou mesmo TV. Basta aparecer um papel interessante”, diz Maria Clara, que não quer ficar presa ao rótulo de transexual. “Não vejo ninguém perguntando a atores negros como é fazer um personagem negro. Ou a uma mulher perguntarem como é fazer uma mulher.”
Fonte: Diário de São Paulo
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