quarta-feira, 15 de julho de 2009

Barulho homofóbico


Assinem o abaixo-assinado, em http://www.aloca.com.br/abaixoassinado/


12/07/2009


Barulho homofóbico

por Vitor Angelo

Insisto em declarar patrimônios da vida gay as boates e os locais nos quais os viados e os travestis são tratados em pé de igualdade com os héteros. Nunca se esqueça do que foi Stonewall: um bar onde as "bees" resolveram dar um basta à opressão.

Para não ficar só na história o papel político dos clubes GLS, em maio, a Samorcc (Sociedade dos Amigos e Moradores do Bairro Cerqueira César) desarquivou um inquérito do Ministério Público de 2005 pedindo o fechamento da boate ALôca por conta do barulho. A associação é responsável pelo fechamento de outros estabelecimentos nos Jardins, a maioria casas GLS. A presidente Célia Marcondes quer deixar menos feliz o Baixo Augusta.

A Samorcc apresentou um abaixo-assinado com 250 assinaturas -alega ter 3.000-, mas que não consta até agora do novo inquérito. O Psiu (Programa de Silêncio Urbano), segundo reportagem da Folha de 25 de junho, não constatou no local nenhuma irregularidade para aplicar multa.

A boate reagiu e conseguiu o apoio de casas noturnas, bares, frequentadores e grupos gays que sentiram que o barulho se chama homofobia. Já contam com 6.000 assinaturas. É só o começo. ALôca está encabeçando a abertura da Câmara do Comércio LGBT na cidade.

Simbólico foi alegarem que o gerente da casa ameaça a vizinhança com um pitbull. Quem o conhece sabe que Aníbal tem uma cadela da raça lhasa apso superdócil. Mas nessa pequena Stonewall, viramos pitbull mesmo!



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Vitor Angelo é jornalista e roteirista e escreve quinzenalmente nesta coluna.
revista.gls@grupofolha.com.br


Fonte: Revista da Folha


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