domingo, 12 de julho de 2009

Travesti que se envolveu em polêmica com Ronaldo é enterrado em SP

10/07/09 - 10h39 - Atualizado em 10/07/09 - 14h32

Travesti que se envolveu em polêmica com Ronaldo é enterrado em SP

Corpo de Andréia Albertini foi enterrado em cemitério de Mauá, no ABC.
Jovem de 22 anos teve pneumonia e meningite.

Juliana Cardilli Do G1, em São Paulo



Andréia Albertini foi enterrada na manhã desta sexta-feira em cemitério de Mauá (Foto: Juliana Cardilli/G1)


O corpo de André Luiz Ribeiro Albertini, de 22 anos, foi enterrado por volta das 10h15 desta sexta-feira (10) no Cemitério Santa Lídia, em Mauá, no ABC. Albertini, mais conhecido como a travesti Andréia Albertini, morreu após complicações causadas por pneumonia e meningite. Ela ficou conhecida após se envolver em um escândalo com o jogador de futebol Ronaldo em abril de 2008.

Poucos parentes e amigos acompanharam o enterro, após toda a madrugada de velório. A mãe de Albertini, a dona-de-casa Sônia Maria Ribeiro, de 49 anos, tentava suportar a perda. “Ninguém sabe o que estou sentido, talvez só quem já tenha tido a mesma perda.”

A travesti morreu na manhã de quinta-feira (9) em um hospital de Mauá. Ela estava morando em um flat em São Paulo havia dois meses. Para a mãe, Andréia não estava acostumada com o frio que enfrentou quando chegou. Além disso, uma forte depressão teria acelerado a doença.

As condições de saúde de Albertini foram descobertas depois que a dona do flat estranhou o confinamento da travesti, que não saía há dias, e resolveu arrombar a porta. Segundo a mãe, ela foi encontrada sentada no sofá, sem forças para se levantar ou comer.

Com a ajuda do ex-marido e pai de criação de Albertini, Sonia saiu de Mauá, onde mora, e foi até São Paulo. Ela relembra que trouxe Andréia para casa bastante debilitada e tentou levá-la para o hospital. “Eu a trouxe no domingo (5). Na segunda (6), ela ficou em casa. Na terça (7), teve uma convulsão e eu levei para o hospital já em coma”, detalha.

Ao chegar ao hospital, o médico disse que a situação de Albertini era delicada. “Ele me disse que, se sobrevivesse, ela ia ser um vegetal”, relembra.

Pouco antes do enterro, o irmão mais velho de Albertini, bastante alterado, discutiu com um jornalista que tentava entrar na sala de velório. Antes de sua chegada, a família não havia feito objeções à imprensa. Na hora do enterro, ele também não quis a presença dos jornalistas, e chegou a ameaçar tomar e quebrar câmeras de quem fez fotos do cortejo.

Feminilidade

A homossexualidade de Albertini era encarada com naturalidade por parentes e amigos. Professora de inglês durante três anos em uma escola em Mauá e amiga pessoal dela, Célia Possar, de 47 anos, conta que ela sempre foi “muito menininha”. “Sempre foi assim, apanhava muito na escola, por causa do preconceito”. Os dois sempre se falavam por telefone, e Célia conta que Albertini não mudou muito após o escândalo com Ronaldo. “Ela só ficou mais mulher”.

A mãe de Albertini contou que sempre soube da opção sexual do filho, desde criança. “Eu lidava muito bem, desde cedo ela foi mostrando essa opção. Com 12 anos se assumiu, começou a usar roupa de mulher, maquiagem. Mas desde criança sempre percebi o gosto diferente por brinquedos, roupas”, contou.

Sônia também disse que o filho tinha terminado um namoro recentemente, com um rapaz com quem ele estava desde dezembro de 2008, e que acredita que a ruptura tenha agravado a depressão. “Foi tudo muito rápido. Quando a busquei no flat, ela já nem falava mais, só me olhava e mexia a cabeça”. Agora, a mãe pretende se apegar às recordações do filho. “Estou com o celular dela, que foi o que restou. Vou ficar ouvindo as músicas que ela separou.”

Vaidade

A mãe lembra que Andréia era muito vaidosa. "Eu acredito que ela ia ficar contente com a repercussão de sua morte, sinal de que ela não morreu no anonimato. Ia dizer: ‘O pessoal lembrou de mim’. Não deixa de ser uma homenagem, embora em uma situação terrível”, afirma a mãe, que se refere a Albertini como “ela” porque “era assim que ela gostava de ser chamada”.

Segundo ela, Albertini se dava bem com os dois irmãos, um de 32 anos e outro de 14. “Ela jogava videogame com o mais novo. Os dois ficavam mexendo nos joguinhos do celular”, relembra a dona de casa.


Fonte: G1

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