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From: Toni Reis
Date: 2009/7/27
Subject: Confira a votação - ABGLT ganha status consultivo junto à ONU
To:
ABGLT ganha status consultivo junto à ONU
Confira a votação dos 54 países que compõem o Conselho Econômico e Social da ONU
PAÍS Vot
Alemanha
Arábia Saudita Contra
Argélia
Barbados
Belarus
Bolívia
Brasil
Cabo Verde Ause
Camarões
Canadá
Cazaquistão Abst
China
Congo
Costa de Marfim Abstenção
El Salvador A favor
Estados Unidos da América A favor
Estônia
Federação Russa Contra
Filipinas
França
Grécia
Guatemala A favor
Guiné-Bissau Contra
Holanda A favor
Índia
Indonésia
Iraque
Japão
Liechtenstein
Luxemburgo A favor
Malásia
Malaui
Marrocos A
Maurício A
Moçambique Abstenç
Namíbia
Níger
Noruega
Nova Zelândia A favor
Paquistão Co
Peru
Polônia
Portugal
Reino Unido A favor
República de Coreia A favor
República de Moldova Abstenção
România A favor
Santa Lúcia Absten
São Cristóvão e Névis Abstenção
Somália
Sudão
Suécia
Uruguai
Venezuela A favor
A favor
Contra
Abstenção
Ausente
Total:
Segundo John Fisher, da ONG ARC-International, foi a maior margem de votos favoráveis já obtida por qualquer ONG LGBT candidata ao status consultivo junto à ECOSOC.
ABGLT ganha status consultivo junto à ONU
A Associação Brasileira de Gays, Lésbicas, Bissexuais, Travestis e Transexuais – ABGLT, ganhou na manhã desta segunda-feira (27/07) status consultivo junto ao Conselho Econômico e Social (ECOSOC) das Nações Unidas, em sessão realizada em Genebra. O Conselho aprovou a candidatura da ABGLT com 25 votos a favor e 12 contra. 13 países preferiram não se posicionar. A ABGLT é a primeira organização LGBT de um país em desenvolvimento do hemisfério Sul a receber o status consultivo.
O status consultivo é uma das principais formas de acesso ao sistema da ONU pela sociedade civil. Permite que organizações não governamentais (ONG) possam apresentar depoimentos verbais e relatórios escritos em reuniões da ONU, e que possam realizar eventos nas dependências da ONU. Com o status, ONG LGBT podem ampliar a atenção dada pela ONU à violação de direitos humanos e à discriminação por orientação sexual e identidade de gênero que ocorre pelo mundo (veja o relatório da ILGA “Homofobia de Estado, 2009” em http://www.abglt.org.br/port/
Para Toni Reis, presidente da ABGLT, "O status significa um avanço na conquista dos direitos humanos para LGBT. A ABGLT atuará incessantemente na defesa dos direitos de pessoas LGBT no mundo, para que nos 7 países onde há pena de morte e nos 80 que criminalizam a homossexualidade essas leis sejam revogadas e substituídas por leis que reconheçam a plenitude dos direitos humanos para todas e todos, inclusive LGBT. Queremos direitos iguais, nem menos, nem mais.”
Reis também acrescentou que “o apoio recebido do Governo Brasileiro foi fundamental para aprovação do status consultivo, em especial o apoio das Missões Brasileiras junto à ONU em Nova Iorque e Genebra, o apoio da Secretaria Especial dos Direitos Humanos da Presidência da República e o apoio do Departamento de DST e Aids do Ministério da Saúde que possibilitou que a ABGLT pudesse estar presente para defender sua candidatura nas quatro vezes em que foi debatida.”
Nessa última sessão do Conselho Econômico e Social, a ABGLT também contou com o apoio intenso de um grupo de quatro ONG internacionais de direitos humanos: ARC International; Human Rights Watch; ILGA – Associação Internacional de Lésbicas e Gays; e a International Gay and Lesbian Human Rights Commission.
Na ONU são poucas as ONG LGBT que têm status consultivo. Com a exceção de duas organizações de lésbicas, uma dos Estados Unidos e outra da Austrália, que têm o status há mais de 10 anos, a iniciativa de ONG LGBT se candidatarem ao status consultivo se iniciou em 2006, e de lá para cá apenas oito organizações LGBT conseguiram. Com a exceção da ABGLT e uma organização canadense, as demais são todas europeias.
A decisão do Conselho representa a culminação de três anos de avaliação da candidatura da ABGLT pelo Comitê de ONG do Conselho Econômico e Social. A candidatura foi apresentada em 2006. Em sessões do Comitê de ONG realizadas em maio de 2007, janeiro de 2008 e janeiro de 2009, houve muita oposição à candidatura da ABGLT principalmente por parte dos países islâmicos representados no Comitê, por se tratar de uma organização de gays, lésbicas, bissexuais, travestis e transexuais, sendo que na maioria dos países islâmicos a homossexualidade é criminalizada, e até punida por morte em alguns. Por uma diferença de dois votos, a última sessão do Comitê de ONGs determinou pela não-recomendação da concessão do status consultivo à ABGLT, cabendo a decisão final ao próprio Conselho. A posição do Comitê de ONG em relação à ABGLT segue uma série de manobras e decisões tendenciosas em relação à sua avaliação das candidaturas de outras ONG LGBT ao status consultivo, colocando em dúvida sua natureza democrática. Das últimas oito candidaturas LGBT, o Comitê opinou pela não-recomendação de sete, tendo suas decisões anuladas pelo próprio Conselho.
Maiores informações
Em Genebra, Alexandre Böer, integrante do Projeto Orientação Sexual e Identidade de Gênero são Direitos Humanos (ABGLT)
Toni Reis, presidente da ABGLT
Léo Mendes, Secretário de Comunicação da ABGLT
(62) 8405 2405
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