O outro lado
13/4/2009
Jornalista escreve livro-reportagem sobre trans inseridas no mercado de trabalho
Por Hélio Filho
Segundo a Articulação Nacional de Travestis (Antra), cerca de 90% dessa população sobrevive fazendo programas, mas é justamente esse número de 10% o foco do livro-reportagem “Por um lugar ao sol”, escrito pelo jornalista Neto Lucon depois de uma análise midiática - onde comprovou que as trans sempre aparecem de forma negativa e relacionadas à prostituição. Dividida em seis capítulos, a obra usa cinco histórias de trans de sucesso fora das ruas que devem servir de ótimo exemplo para outras fazerem o mesmo.
Depois de cinco anos analisando a repercussão dos trabalhos da travesti Bianca Soares (ex-participante da Casa dos Artistas) na imprensa, o autor chegou à conclusão de que era necessário mostrar o outro lado do mundo trans, longe de estereótipos. “As pessoas se assustam quando digo que existem travestis professoras, enfermeiras e policiais. O livro é uma boa oportunidade para reavaliar valores e servir de referência para futuras trans”, conta Neto.
Ele acredita que “o jornalismo pode ser um importante transformador social” e embasa seu livro-reportagem com depoimentos de travestis e transexuais e trabalhos de cientistas sociais, antropólogos e jornalistas, como Marcos Benedetti, Larissa Pelucio e Hélio Silva. Entre as questões abordadas está o polêmico uso do banheiro feminino ou masculino, o uso do nome social, os preconceitos de uma entrevista de emprego, o respeito e contato com os colegas e clientes, a falta de incentivo à escolaridade e o caminho da prostituição.
No sexto e último capítulo, Neto relata como foi a experiência que realizou telefonando para vários anúncios de emprego e se dizendo uma candidata travesti à vaga. “O resultado é assustador, mas, em alguns casos, demonstra esperança”, revela.
Fonte:
MixBrasil
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