Tailândia ameaça clínicas para coibir castração de menores Travestis e transexuais são os que mais procuram a cirurgia
O governo da Tailândia adotou uma série de medidas para tentar coibir a prática da castração ilegal voluntária de menores.
A prática da castração para fins estéticos foi proibida temporariamente em todos os hospitais e clínicas do país e os infratores podem sofrer punições como fechamento temporário ou revogação da licença médica. Além disso, clínicas que realizarem a operação em menores terão que pagar multa e os proprietários podem ser condenados a até um ano de prisão.
Autoridades do Ministério da Saúde tailandês afirmaram ao jornal Bangkok Post que adolescentes procuram as clínicas que oferecem a cirurgia porque acreditam que a remoção dos testículos resulta em uma aparência mais feminina. No entanto, o governo afirma que a cirurgia pode trazer sérios riscos à saúde dos meninos.
"Apesar de a cirurgia ser feita com plena autorização dos pais, os especialistas acreditam que a operação em adolescentes pode causar danos severos para a saúde física e psicológica dos garotos", disse Pipat Yingseree, do Ministério da Saúde, ao Bangkok Post.
Segundo as autoridades de saúde do país, a castração pode prejudicar o crescimento hormonal e o desenvolvimento físico.
Alternativa
Na Tailândia, a cirurgia para remover os testículos é barata e pode custar cerca de 4000 bahts (R$ 244). Além disso, trata-se de um procedimento relativamente simples e rápido, o que estimula a prática ilegal da operação. A cirurgia é procurada principalmente por travestis e transexuais como uma alternativa à operação de mudança de sexo – mais cara e complicada.
Segundo o jornal Bangkok Post, o caso chamou atenção das autoridades depois que o ativista de direitos homossexuais Natee Teerarojjanapongs alertou que vários pais estariam procurando o Grupo Político Gay da Tailândia, presidido por ele, porque seus filhos queriam ter os testículos removidos.
De acordo com Teerarojjanapongs, os garotos devem ser alertados sobre os riscos da cirurgia.
"É errado pensar que a operação irá deixar o corpo mais feminino. Na verdade, pode prejudicar os ossos e os músculos", disse o ativista ao jornal.
"Pela minha experiência, esses adolescentes deveriam esperar até serem maduros o suficiente para considerar os prós e contras da operação antes de decidir passar pelo procedimento cirúrgico", afirmou.
Fonte:
BBC Brasil
Nenhum comentário:
Postar um comentário