Unicamp faz pesquisa sobre direitos e violência na Parada LGBT de São Paulo

Unicamp faz pesquisa sobre direitos e violência na Parada LGBT de São Paulo

Terceira pesquisa em parceria com a APOGLBT terá etapa qualitativa para aprofundar o conhecimento sobre participantes

No próximo feriado prolongado de Corpus Christi, o Núcleo de Estudos de Gênero PAGU, da Unicamp, realiza entrevistas na 9a. Feira Cultural LGBT (tarde do dia 11), e na concentração da 13a. Parada do Orgulho LGBT (manhã do dia 14). A pesquisa, em parceria com a Associação da Parada do Orgulho LGBT de São Paulo (APOGLBT), visa a aprofundar o conhecimento sobre a violência homofóbica na capital.

A pesquisa Convenções de gênero, sexualidade e violência entre LGBT da cidade de São Paulo, tem por objetivo aprofundar o conhecimento reunido em duas outras pesquisas realizadas anteriormente na Parada. Para tanto, uma equipe de pesquisadores qualificados e especializados entrevistarão gays, lésbicas, bissexuais, travestis e transexuais maiores de 18 anos e moradores do município de São Paulo, acerca de seu perfil afetivo-sexual e político e sobre ocorrências de discriminação e violência.

Dados anteriores

Nas pesquisas anteriores, de 2005 e 2006 (disponíveis no www.paradasp.org.br), o objetivo foi construir conhecimento sobre o perfil sócio-político e afetivo-sexual dos participantes da Parada do Orgulho LGBT, assim como conhecer melhor as situações de violência e discriminação vividas devido à sua sexualidade. Hoje, sabemos que cerca de 2/3 daquela população passou por uma ou mais situações de violência ou discriminação na vida e que aproximadamente 40% não chegou a relatar o fato a ninguém.

A novidade, agora, segundo uma das coordenadoras, a antropóloga Regina Facchini, é que os entrevistados serão convidados a participar de uma segunda etapa, que envolverá entrevistas mais longas, agendadas de acordo com sua disponibilidade. O caráter confidencial da identidade dos entrevistados e de suas informações pessoais, serão garantidos. O Núcleo Pagu, da Unicamp, realizará essas entrevistas durante o segundo semestre de 2009. Essa etapa visa a aprofundar o conhecimento que se tem atualmente sobre essa população e sobre a violência e as motivações do relato e da busca de apoio.

Políticas públicas

A equipe estará uniformizada e portará crachás de identificação contendo logotipos das instituições responsáveis e nome completo do entrevistador. A Associação da Parada solicita aos LGBT que vão à Feira ou à Parada que participem desse esforço coletivo e dispensem 10 minutos respondendo ao questionário. A participação na segunda etapa também é importante, uma vez que os dados obtidos destinam-se a subsidiar ações e políticas públicas, que não se concretizam por falta de dados científicos.
Pesquisas junto à comunidade LGBT são raras. Entre outras razões, pelas dificuldades de acesso direto a essa população. Além de várias pessoas ainda vivenciarem sua sexualidade de modo privado ou em círculos fechados de amigos, os locais de convivência, como bares e boates GLS, têm freqüência restrita a determinadas “tribos”, sendo muito raro encontrar num único lugar diversidade em termos de estilos de vida, idades, classes sociais, raça/cor, etnia e credo.

SERVIÇO

Pesquisa: Convenções de gênero, sexualidade e violência entre LGBT da cidade de São Paulo

Dia e Local: 9a. Feira Cultural LGBT (tarde do dia 11), e na concentração da 13a. Parada do Orgulho LGBT (manhã do dia 14)

Realização: Núcleo de Estudos de Gênero PAGU, da Unicamp

Fonte: lista do forum paulista glbtt