segunda-feira, 8 de junho de 2009

Trans e Governo discutem oportunidades de emprego

Trans e Governo discutem
oportunidades de emprego

Publicado em 08.06.09 : : Evam Sena, do ParouTudo






Muitas transexuais e travestis se tornam invisíveis socialmente ao terem os seus direitos negados pela discriminação. Isso se revela em casa, de onde muitas são expulsas ou na escola, onde são tratadas com preconceito e acabam não terminando os estudos. Isso também é notado pela desigualdade de acesso ao mercado de trabalho, seja por falta de qualificação ou pela própria imagem que a sociedade tem das travestis e transexuais. Para a maioria, a prostituição é a última alternativa de sobrevivência.

Por esses motivos, a Associação Brasileira de Gays, Lésbicas, Bissexuais, Travestis e Transexuais (ABGLT) e a Articulação Nacional de Travestis e Transexuais (ANTRA) realizaram um seminário para discutir a formulação de políticas de trabalho, oportunidades e previdência para esse segmento da diversidade

O ‘I Seminário de Políticas Públicas de Trabalho, Oportunidades e Previdência para Travestis e Transexuais’ aconteceu de 2 a 4 de junho e teve a presença de 27 trans militantes de todos os estados do Brasil, cinco coordenadoras regionais e representantes dos Ministérios da Educação, Trabalho e Emprego, Previdência Social, Saúde e da Secretaria Especial de Direitos Humanos da Presidência da República.


Para a ex-presidente da ANTRA e coordenadora geral da Associação de Travesti de Salvador, Keila Simpson, o evento foi bastante positivo. “Pela primeira vez, a ABGLT chama seus parceiros para construir um projeto voltado às travestis e transexuais, e pela primeira vez começamos a trabalhar com o Ministério do Trabalho”, comemora.

Durante o seminário, militantes e representantes do governo discutiram as principais demandas do segmento, como igualdade de direito à educação e acesso ao mercado de trabalho. “As travestis não querem mais ser cabeleireiras, nada contra a profissão. Mas nossa reivindicação é que o mercado de trabalho se abra para que tenhamos direito a todas as vagas de trabalho”, afirma Keila.


O encontro é a primeira ação do projeto Astral TOP, coordenado pela ABGLT e ANTRA. Os próximos passos são: as coordenadoras regionais vão levar o que foi levantado para os grupos estaduais, que vão elaborar propostas. A direção do Astral Pop vai elaborar um programa de âmbito nacional, que terá como parceria os governos federal, estaduais e municipais. “É uma proposta audaciosa, inovadora e de longo prazo, que já nasce com contratempo. Muitas pessoas que estão acostumadas a ver travestis na prostituição serão contra”, lamenta Keila.

Dentro da parceria, os ministérios vão ajudar principalmente com a garantia de recursos para por em prática as ações que serão levantadas. Mas, segundo Keila, eles também vão atuar com apoio técnico para realização do programa. “O Ministério do Trabalho pode ajudar na sensibilização do mercado de trabalho, começando pelo Sistema S [do qual fazem parte, por exemplo, Sebrae, Sesc, Sesi e Senai]”, explica Keila.



: : Como começou

A idéia para a criação do Astral TOP surgiu no ‘II Congresso da ABGLT’, em 2006, em Maceió. No ano seguinte, foram eleitas as coordenadora geral, regional e estaduais no XIV Encontro Nacional de Travestis e Transexuais na Luta e Prevenção à Aids, em São Paulo. O nome do projeto é uma homenagem ao primeiro grupo organizado de travestis, o Astral, que surgiu no Rio de Janeiro no início dos anos 1990. A sigla TOP significa Trabalho, Oportunidades e Previdência.


Fonte: Parou Tudo


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