quarta-feira, 8 de abril de 2009

Companhia de telefone é condenada a pagar R$6 mil a transexual

Companhia de telefone é condenada a pagar R$6 mil a transexual

Redação SRZD | Rio+ | 08/04/2009 17:04





A Justiça do Rio de Janeiro condenou a empresa de telefonia Telemar a pagar indenização no valor de R$6 mil à transexual Paula* por danos morais. A engenheira civil entrou na Justiça depois de ser ofendida durante uma ligação realizada pelo telemarketing da empresa.

O Centro de Referência de Enfrentamento à Homofobia, projeto executado pela Organização de Direitos Humanos Projeto Legal e apoiado pela Secretaria Especial dos Direitos Humanos da Presidência da República, prestou assistência jurídica à vítima.

Segundo Paula, o atendente a chamou de "veado encubado" quando recusou a oferta de um plano diferenciado. Ela conta que, por meio do identificador de chamadas do telefone, conseguiu entrar em contato com o supervisor do atendente de telemarketing e registrar a reclamação na ouvidoria da Telemar.

Ela ainda registrou queixa na Delegacia Legal do Centro. De acordo com a sentença, a Telemar não apresentou provas de que não havia efetuado a ligação nem mesmo questionou o protocolo de atendimento mencionado pela vítima.

"Estou muito feliz com a decisão da Justiça porque foi reconhecido que a atitude do atendente realmente foi indevida e incoerente", disse Paula, que destacou querer apenas levar uma vida normal, sendo respeitada como qualquer outra pessoa.

Para o advogado Carlos Nicodemos, coordenador-executivo da Organização de Direitos Humanos Projeto Legal, o caso de Paula é um bom exemplo de que a cultura da tolerância deve estar em todos os setores, inclusive no mercado, exigindo das empresas cada vez mais um controle dos seus funcionários nas relações públicas com a sociedade, seus segmentos e identidades.

"Tratando-se de uma empresa com uma política institucional de responsabilidade social, temos a certeza de que medidas internas serão tomadas não só no campo da responsabilização do funcionário, mas também da internalização de uma cultura da tolerância.", declarou ele.

*O nome usado é fictício.


Fonte: sidneyrezende.com

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